quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Cadarços

  

Ela era apenas uma menina de cadarços desamarrados, e seus mistérios me encantavam como o chamado do vento entre as árvores. Em silêncio ela falava, apontava sem mostrar, a direção a qual seguir sem eu conseguir olhar. Tomei fôlego e gritei, um riacho eu chorei quando o partir a visitar o tormento trouxe. Sua face agora pálida. Seus lábios roxos agora sorriam, vomitavam palavras mudas de alívio por falar. Agora tão quieta, os cadarços já não me interessavam, não eram eles, era ela. Como se dizer adeus com um nó na garganta? O mistério se perdeu, o vento calou-se em luto por uma estrela que se apagou.  Como se despedir de um pedaço seu? E por que essa dor? Ela parece tão tranqüila de pés descalços. Sua pele esta tão fria... Tão fria.
A vida é cruel quando perde o interesse. Agora sobraram apenas as lembranças de seus passos, os pulos nas poças e as palavras que nunca foram ditas.
Eu te amo. Eu te amarei menina dos cadarços desamarrados.

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